Por que tantos diretores de empresa têm medo do Twitter?
No começo do mês, quando Jeffrey Immelt tuitou pela primeira vez, o “Olá Twitter” do diretor-presidente da General Electric Co. recebeu um punhado de réplicas insolentes, incluindo a seguinte: “@JeffImmelt como é que meu avô chegou no twitter antes de você?”
Immelt pode até ter chegado tarde, mas sua estreia no site de microblogs faz dele uma raridade entre presidentes, que em geral mantêm distância de sites sociais — mesmo quando sua empresa recorre ao meio para conversar com clientes e buscar novos negócios.
Presidentes de empresas estão sob pressão para parecerem acessíveis e “autênticos”, mas os sites de relacionamento social — com sua demanda de intervenções rápidas e espontâneas que rapidamente podem ganhar caráter viral — trazem risco para altos executivos e as empresas que representam, na forma de ações na Justiça, vazamento de segredos comerciais ou clientes irados.
Muitos diretores de empresa se dizem ocupados demais para perder tempo postando mensagens de 140 caracteres no Twitter ou retuitando posts de seguidores. Além disso, para algumas empresas o retorno que a presença no site traria pode parecer incerto, pois não há correlação direta entre o número de seguidores no Twitter e vendas.
Pelo menos um especialista em liderança considera míopes esses argumentos. A maioria dos presidentes deveria aceitar que marcar presença em redes sociais é parte das atribuições do cargo, diz Bill George, ex-diretor-presidente da Medtronic Inc., professor de administração da Faculdade de Administração Harvard e tuiteiro contumaz. “As pessoas querem um diretor-presidente que seja real. Querem saber o que você pensa”, diz George, acrescentando: “Você consegue imaginar um meio mais eficaz de chegar aos clientes e ao pessoal da empresa?”.
A fabricante americana de sucos Ocean Spray Cranberries Inc. está pressionando seu diretor-presidente, Randy Papadellis, a começar a tuitar. Mas quando Papadellis disse em uma entrevista recente que usaria um de seus primeiros tweets para dizer que beber suco de cranberry (uma fruta da família da groselha) antes de comer sushi ajuda a prevenir intoxicação alimentar, sua diretora de comunicação, Cindy Taccini, vetou a ideia. É que a tese nunca foi clinicamente comprovada, explicou.
De cada dez presidentes de empresas do ranking Fortune 500, sete não têm presença em grandes redes sociais como Twitter, Facebook, LinkedIn, Pinterest e Google+, segundo relatório recente do site CEO.com e da empresa de análises Domo.
Entre aqueles que estão nessas redes, 4% têm uma conta pública no Twitter e 8% usam o Facebook sob o próprio nome, segundo o estudo feito em maio. A título de comparação, 34% de todos os americanos estão no Twitter e 50% usam o Facebook.
Dirigentes empresariais como Marissa Mayer, da Yahoo Inc., e Omar Ishrak, da Medtronic, parecem ter achado um equilíbrio entre o pessoal e o profissional em sua conta no Twitter.
Quando foi contratada para dirigir a Yahoo, que anda tendo dificuldades, Mayer usou o site de partilha de fotos da Facebook Inc., o Instagram, para motivar o pessoal da empresa e investidores. Como? Grávida do primeiro filho, Mayer postou fotos de roupinhas de bebê inspiradas na Yahoo. Há pouco, no Twitter, falou maravilhas do café da empresa.
Não faltam, no entanto, histórias com final infeliz. Em maio, a empresa de varejo de vestuário Francesca’s Holdings Corp. demitiu o diretor-financeiro, Gene Morphis, devido a posts feitos por ele no Facebook e no Twitter com projeções de lucros, observações sarcásticas sobre quem vende a descoberto e comentários enchendo a própria bola na esteira de uma oferta secundária de ações pela empresa.
Morphis não foi encontrado para comentar o assunto.
Mark Bertolini, diretor-presidente da seguradora Aetna Inc., tem uma conta no site há três anos — embora a filha, que já foi diretora de redes sociais, tenha tentado dissuadi-lo. Bertolini já usou a plataforma para falar de coisas pessoais, como o transplante de rim do filho.
Embora tenha entrado no Twitter para se comunicar com amigos, o executivo virou um para-raios para críticos da Aetna.
Meses atrás, quando um segurado com câncer de cólon usou o Twitter para contar que atingira o teto de custos do seu plano de saúde Aetna, centenas de usuários do site postaram mensagens raivosas para Bertolini, que logo entrou em contato com o segurado, também via Twitter. O resultado? A Aetna aceitou pagar as despesas médicas do homem até o fim do último ano do plano.
“Não quero ser um comunicado de imprensa”, diz Bertolini, que tem cerca de 3.000 seguidores. “É preciso correr certos riscos. É preciso se expor um pouco”.
Presidentes das 500 maiores empresas do ranking da revista “Fortune” com conta no Twitter têm, em média, 33.250 seguidores, segundo o estudo do CEO.com e da Domo. Uma celebridade do meio empresarial como Jack Welch, ex-cabeça da GE, tem 1,3 milhão de seguidores.
O diretor-presidente da News Corp., Rupert Murdoch, começou a tuitar em janeiro. Hoje, tem mais de 326.000 seguidores. O magnata das comunicações já postou sua opinião sobre assuntos como controle de armas, ensino público e crise do euro. A News Corp. é dona do The Wall Street Journal.
Nem todo executivo é tão falador. Michael Dubyak, diretor-presidente da Wright Express Corp., fornecedora de soluções de gerenciamento de informações e processamento de pagamentos empresariais, diz que pensou em tuitar, mas achou que seria arriscado demais. Amigos íntimos e familiares podem achá-lo no Facebook, onde Dubyak tem uma conta — embora não sob seu nome completo.
Muitos executivos que tuítam contam com ajuda. Talvez a equipe de relações públicas da empresa edite as mensagens. Talvez outra pessoa redija os posts. Immelt, por exempo, tem uma equipe a cargo de “executar sua visão” no Twitter. Esse pessoal o ajuda na concepção dos posts, diz uma porta-voz da empresa. Os tweets são resultado de uma “discussão” entre Immelt e Deirdre Latour, diretora de comunicação da GE, embora “o tom e a visão sejam dele”, diz a diretora. A equipe jurídica não lê os posts antes da publicação.
Certos executivos já cansaram da coisa. Tony Hsieh, da Zappos Inc., foi um dos primeiros a tuitar, mas não posta nada em sua conta no Twitter desde junho. Por e-mail, Hsieh disse que a rede é boa para fazer comunicados, mas perdeu o caráter íntimo, coloquial. Agora, o executivo prefere compartilhar fotos no Instagram.
Leslie Kwoh e Melissa Korn, The Wall Street Journal
Why do so many company directors are afraid of Twitter?
Earlier this month, when Jeffrey Immelt tweeted for the first time, the “Hello Twitter” the chief executive of General Electric Co. received a handful of cheeky replicas, including the following: “@ JeffImmelt how my grandfather came before on twitter you? ”
Immelt may even have arrived late, but his debut on microblogging site makes him a rarity among presidents, who usually keep away from social sites – even when your company uses the medium to talk to customers and find new business.
CEOs are under pressure to look affordable and “authentic”, but social networking sites – with their demand for quick and spontaneous interventions that can quickly gain viral character – pose risks to senior executives and the companies they represent, as actions in court, leaking trade secrets or irate customers.
Many company managers say they are too busy to waste time posting messages of 140 characters on Twitter or twittering posts of followers. Additionally, for some companies the return that the presence on the site would may seem uncertain, as there is no direct correlation between the number of Twitter followers and sales.
At least one expert myopic leadership considers these arguments. Most presidents should accept that a presence on social networks is part of the duties of the position, says Bill George, former CEO of Medtronic Inc., a management professor at Harvard Business School and twitter stubborn. “People want a CEO who is real. Want to know what you think,” says George, adding: “Can you imagine a more effective way of reaching customers and staff of the company?”.
The American manufacturer juice Ocean Spray Cranberries Inc. is pressuring its CEO, Randy Papadellis, starting to tweet. But when Papadellis said in a recent interview that he would use one of his first tweets to say that drinking cranberry juice (a fruit of the gooseberry family) before eating sushi helps prevent food poisoning, his communications director, Cindy Taccini, vetoed the idea. Is that the argument has never been clinically proven explained.
Out of ten CEOs of the Fortune 500, seven have no presence on major social networks like Twitter, Facebook, LinkedIn, Pinterest and Google+, according to a recent report from CEO.com site and company analysis Dome.
Among those who are in these networks, 4% have a public account on Twitter and 8% use Facebook under the name, according to the study done in May. By comparison, 34% of all Americans are 50% Twitter and Facebook use.
Business leaders like Marissa Mayer of Yahoo Inc., and Omar Ishrak, Medtronic, seem to have found a balance between personal and professional in his Twitter account.
When he was hired to direct the Yahoo, having trouble walking, Mayer used the site to share photos of Facebook Inc., Instagram, to motivate personnel of the company and investors. How? Pregnant with their first child, Mayer posted photos of baby clothes inspired by Yahoo. Recently, on Twitter, spoke wonders of the coffee business.
There is no shortage, however, stories with unhappy ending. In May, the company’s retail clothing Francesca’s Holdings Corp. resigned the CFO, Gene Morphis, because of posts he made on Facebook and Twitter with projections of earnings, sarcastic remarks about who sells short comments and filling the ball itself in the wake of a secondary offering of shares by the company.
Morphis not be reached for comment.
Mark Bertolini, CEO of insurer Aetna Inc., has an account on the site three years ago – although the daughter, who was director of social networks, has tried to dissuade him. Bertolini already used the platform to talk about personal things, like son kidney transplant.
Although he entered the Twitter to communicate with friends, the executive became a lightning rod for critics of Aetna.
Months ago, when an insured with colon cancer used Twitter to tell that reached the ceiling cost of your Aetna health plan, hundreds of site users posted angry messages to Bertolini, who immediately contacted the insured, also via Twitter. The result? The Aetna agreed to pay the medical expenses of the man until the end of the last year of the plan.
“I will not be a press release,” says Bertolini, who has nearly 3,000 followers. “You have to take certain risks. You must expose yourself a bit.”
Presidents of the 500 largest companies in the ranking of the magazine “Fortune” with Twitter account have, on average, 33,250 followers, according to the study CEO.com and Domo. A celebrity from the business like Jack Welch, former head of GE, has 1.3 million followers.
The chief executive of News Corp., Rupert Murdoch, began tweeting in January. Today, it has over 326,000 followers. The communications mogul already posted your opinion on issues such as gun control, public education and the euro crisis. News Corp. owns The Wall Street Journal.
Not every executive is so talkative. Michael Dubyak, CEO of Wright Express Corp., A provider of information management solutions and payment processing business, said he thought of tweeting, but thought it would be too risky. Close friends and family can find him on Facebook, where Dubyak has an account – though not under his full name.
Many executives who tweet have help. Perhaps the team’s public relations firm edit posts. Perhaps someone else to write the posts. Immelt, a code example, has a team in charge of “run its vision” on Twitter. This staff helps in the design of posts, says a company spokesman. The tweets are the result of a “discussion” between Immelt and Deirdre Latour, communications director of GE, although “the tone and vision are his,” says the director. The legal team does not read the posts before posting.
Certain executives already tired of it. Tony Hsieh, the Zappos Inc., was one of the first to tweet, but do not put anything on his Twitter account since June. By e-mail, Hsieh said the network is good to make announcements, but lost the intimate character, colloquial. Now, the executive prefers to share photos on Instagram.