PrimeWork (Ano IX)

Liderança, Atitude, Desafios, Ações e Conquistas para o Empreendedor Moderno

  • About

    O Mundo todo celebra uma grande capacidade humana de empreender.

    Do mesmo modo que é vibrante, a estrada do empreendedor é repleta de obstáculos. Quer para abrir ou fazer crescer um negócio próprio, quer para avançar propositivamente dentro de uma corporação.

    Nesse sentido este blog busca preencher com informações, entrevistas e cases de sucesso pessoal e corporativo as muitas lacunas que se abrem quando surge o tema da iniciativa pessoal dos negócios.

    Esperamos que este blog, possa de alguma forma contribuir para o crescimento dos empreendedores.

    Haroldo Wittitz, Editor and Publisher

    The whole world celebrates a great human capacity to undertake.

    Similarly that is vibrant, the way to entrepreneurship is fraught with obstacles. Want to open or grow a business, want to move forward with proposals within a corporation.

    In this sense seeks to fill this blog with information, interviews and success stories of the many personal and corporate loopholes that open when the subject arises from the personal initiative of business.

    We hope this blog, can somehow contribute to the growth of entrepreneurs.

  • Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.

  • Posts recentes

  • Agenda

    março 2013
    D S T Q Q S S
     12
    3456789
    10111213141516
    17181920212223
    24252627282930
    31  

Archive for março \25\-03:00 2013

Sai de cena o líder meramente “orientado a resultados”.

Posted by HWBlog em 25/03/2013

o livro das citaçõesO economista Eduardo Giannetti tem estudado e nos mostrado com muita clareza a relação do homem com o dinheiro.

Na sua obra “O Livro das Citações” um capítulo inteiro é dedicado ao que, historicamente, se faz para saciar a “fome do ouro”.

Grandes nomes ali reunidos dizem, em linhas gerais, que quanto mais se tem mais se quer (Sólon), que o dinheiro deturpa os justos (Sófocles), que os homens seguem sempre o mais rico (Lucrécio), que é preciso ganhar honestamente, se possível, ou de qualquer jeito (Horácio), que a riqueza é melhor que a reputação (Juvenal) e melhor que a moral (Samuel Johnson), que até a honestidade é usada para lucrar mais (Baudelaire), que o desejo de acumular é natural e não produto do capitalismo (Weber) e, por fim, que nossa inteligência é medida por quanto ganhamos (Russell).

O mundo mudou muito desde que esses homens morreram, há muitos séculos ou décadas.

Pode-se argumentar que eram tempos menos civilizados e que hoje somos mais conscientes, como provam inúmeros programas de responsabilidade social, ambiental, fiscal de governança corporativa e outros.

Por certo, são grandes avanços, mas a atual crise veio mostrar que ainda havia algo debaixo do tapete.

Esta crise eclodiu por todos os motivos citados acima pelos sábios do passado.

A visão e os meios de expansão patrimonial se sofisticaram, mas não tão rapidamente quanto a tecnologia.

Diante da vergonha de quem aparecia como ícone de eficiência, os apocalípticos bradam que surgirá um novo capitalismo e que todo discurso ético dos últimos anos era mera conversa fiada.

Muita calma nesta hora!

É a descrença total que dá espaços para os fundamentalistas radicais.

Ninguém é tolo de negar que a liberdade e a prosperidade econômica resultem em benefícios para a sociedade, embora ainda mantenham a desigualdade.

O que está em discussão é a forma de prosperar.

Portanto, estamos falando de um novo modelo de liderança.

Sairá de cena, por uma necessidade de sobrevivência das empresas, o líder meramente “orientado a resultados”. Aquele para o qual o termo “sustentabilidade” começou como plantio de árvores e hoje são novos negócios para perpetuar o lucro.

Aquele que ainda não entendeu que resultados de curto prazo alcançados com respeito (em todas as instâncias) geram melhores resultados em longo prazo.

Não há meios de simular o respeito.

Um código de conduta pode ser cumprido apenas por medo da punição.

Estará a humanidade preparada para prosperar com liberdade?

O novo líder emana respeito. As pessoas à sua volta conhecem a sua integridade, uma palavra que significa ser inteiramente coerente.

Seus valores são expressos nas suas ações. E se tornam os valores de uma organização.

Se as pessoas aceitam esses valores, que não precisam ser escritos nem falados, terão orgulho de incorporar a sua causa.

Existem líderes assim?

Sim e cada mais as empresas buscarão executivos que, ao respeitar pessoas, leis e ambiente, sabem produzir resultados de curto e long prazos, separando o joio do trigo nas oportunidades de ganhos que se apresentam.

Líderes éticos e responsáveis não deveriam ser algo novo nas empresas.

Há mais de 30 anos, Robert Greenleaf já apontava essa necessidade no livro “Servant Leadership” (Liderança Servidora), que se tornou um conceito bastante difundido, mas de difícil aplicação. Isso porque servir, entender e respeitar são valores que não se adquirem em treinamentos.

A crise é ótima para os acionistas, conselheiros e executivos coloquem em prática também nos negócios os valores que admirávamos em nossos pais e avós e que nos formaram o caráter.

Não é possível mais separar o mundo particular do mundo corporativo.

Fazer isso é seguir quebrando a nossa integridade.

Leaves off the leader merely “results oriented”.

The economist Eduardo Giannetti has studied and shown us very clearly the relationship of man with the money. In his work “The Book of Quotes” is an entire chapter devoted to that, historically, is made to satisfy the “hunger for gold.” Big names gathered here say, in general, that the more you have more you want (Solon), that money corrupts the righteous (Sophocles), that men always follow the richest (Lucretius), what it takes to win honestly, if possible, or in any way (Horace), that wealth is better than the reputation (Juvenal) and better morale (Samuel Johnson), that even honesty is used to earn more (Baudelaire), the desire to accumulate is natural and not a product of capitalism (Weber) and, finally, which is measured by our understanding gained as (Russell).The world has changed a lot since these men died, many centuries or decades. It can be argued that they were less civilized times and today we are more aware, as evidenced by numerous social responsibility programs, environmental, tax and other corporate governance. By the way, are major advances, but the current crisis has shown that there was something under the carpet. This crisis broke out for all the reasons mentioned above by the sages of the past. The vision and the means of expanding assets become more sophisticated, but not as fast as the technology. Faced with the embarrassment of those who appeared as an icon of efficiency, the apocalyptic cry that a new capitalism will emerge and that all ethical discourse of recent years was mere talk. Very quiet at this hour! It’s total disbelief that gives space for radical fundamentalists. No one is foolish to deny that freedom and economic prosperity will result in benefits to society, while still maintaining the inequality. What is at issue is how to prosper. So we are talking about a new leadership model. Leave the scene, a necessity for survival of companies, the leader merely “results oriented”. He to whom the term “sustainability” began as planting trees and new business today are to perpetuate the profit. That still did not understand that short-term results achieved with respect (in all instances) generate better long-term results. There is no way to simulate it. A code of conduct may be exercised only by fear of punishment. Is humanity ready to thrive with freedom? The new leader emanates respect. People around you know his integrity, a word that means to be entirely consistent. Their values ​​are expressed in their actions. And they become the values ​​of an organization. If people accept these values, which need not be written or spoken, will be proud to incorporate its cause. There are leaders as well? Yes, and companies increasingly seek executives who, by respecting people, and environmental laws, know how to produce results of short and long term, separating the wheat from the chaff in the profit opportunities that arise. Ethical and responsible leaders should not be something new in business. For over 30 years, Robert Greenleaf already pointed out this need in the book “Servant Leadership” (Servant Leadership), a concept that has become widespread, but difficult to implement. This is because to serve, understand and respect are values ​​that are not acquired in training. The crisis is good for shareholders, directors and executives put in place also in the business values ​​we admired in our parents and grandparents and we formed the character. You can`t separate the more private world of the corporate world. Doing so is breaking below our integrity.

Posted in Artigos | Leave a Comment »

10 biografias para inspirar os empreendedores

Posted by HWBlog em 20/03/2013

Livros 5Livros com histórias de outros empresários podem inspirar e ajudar a recuperar o ânimo do seu negócio

Quase todo empreendedor se espelha em alguém para começar seu negócio. Seja um familiar ou um grande empresário, a inspiração e o exemplo são essenciais para mantê-lo firme na pequena empresa mesmo nos momentos de incerteza e dúvidas. Veja a seleção de livros sobre grandes empresários e líderes para trazer inspiração, todos encontrados nas prateleiras de biografias.

“Steve Jobs: A Biografia”

Lançado logo após a sua morte, este livro conta a trajetória do criador da Apple com base em dezenas de entrevistas feitas ao longo de dois anos. Em mais de 600 páginas, o autor Walter Isaacson conta casos da juventude e da carreira de Steve Jobs como empreendedor.

“Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook”

A trajetória dos estudantes de Harvard que criaram um dos maiores fenômenos da internet é o tema deste livro. A obra mostra a disputa entre Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin e o desenvolvimento do Facebook. Este foi o livro que serviu de base para o filme “A Rede Social”.

“Paul Allen – O Homem Por Trás do Mito”

Junto com Bill Gates, Paul Allen foi responsável pela criação da Micorsoft e o avanço dos computadores pessoais a partir da década de 70. Allen revela detalhes da relação com o amigo de infância Gates, sua saída da empresa e o como colaborou com várias outras áreas, de aviação e ciências a música e esporte.

“Oprah: uma biografia”

Uma das mulheres mais ricas e influentes do mundo, Oprah Winfrey é também uma empreendedora. A biógrafa Kitty Kelley conta neste livro as dificuldades e os dilemas da apresentadora. Com uma fortuna avaliada em 2,8 bilhões de dólares, Oprah controla editoras, programas de televisão e outros negócios

“Satisfação Garantida”

O livro conta a história de Tony Hsieh e a construção da Zappos, uma empresa bilionária de vendas de sapatos online. Hsieh expõe suas preocupações do começo do negócio e ensina aos empreendedores como transformou uma simples ideia em uma das maiores empresas dos Estados Unidos.

“Perdendo Minha Virgindade”

Pelo menos dois dos seis livros do megaempresário Richard Branson, dono da Virgin, foram publicados em português, como “A Ousadia de ser Líder” e “Perdendo Minha Virgindade”. Neste, Branson conta sua trajetória e mostra como soube aproveitar oportunidades. Recentemente, o livro ganhou uma nova edição em inglês.

“O X da Questão”

Mesmo em meio a polêmicas com suas empresas, Eike Batista ainda é um dos empresários mais admirados pelos brasileiros. Neste livro, ele conta sua trajetória como empreendedor e ensina sua metodologia de negócios, chamada de Visão 360 graus. Seus erros e estresses também fazem parte da história.

“A Bola de Neve”

A biografia de Warren Buffett, escrita por Alice Schroeder, mostra os hábitos e o pensamento de um dos principais investidores do mundo. Nascido em Omaha, o livro conta que o investidor mora na mesma casa e costuma fazer as coisas iguais todos os dias. A obra conta sua trajetória como investidor e também sua opinião sobre diversos assuntos além do dinheiro.

“Abílio Diniz – Caminhos e Escolhas”

Apesar de não ser exatamente uma autobiografia, neste livro, Abílio Diniz indica os caminhos que escolheu para levar uma vida melhor. Além dos negócios, Diniz aponta como o esporte e a alimentação são importantes para garantir mais qualidade de vida. A obra traz fotos pessoais e depoimentos de amigos e familiares do empresário.

“O Estilo Bill Gates de Gerir”

O livro de Des Dearlove usa a história de Bill Gates para ensinar sobre gestão. Segundo a obra, o empreendedor tem dez segredos de liderança revelados no livro. Entre eles, contratar pessoas inteligentes, não esperar agradecimentos e ser visionário.

10 biographies to inspire entrepreneurs

Books with stories of other entrepreneurs can inspire and help recover the spirit of your business

Almost every entrepreneur is mirrored in someone to get your business. Be a relative or a great entrepreneur, inspiration and example are essential to keep it firmly in small business even in times of uncertainty and doubt. See a selection of books about great leaders and entrepreneurs to bring inspiration, all found on the shelves of biographies.

“Steve Jobs: A Biography”

Released shortly after his death, this book tells the story of the founder of Apple based on dozens of interviews conducted over two years. In over 600 pages, the author Walter Isaacson tells stories of youth and career of Steve Jobs as an entrepreneur.

“Accidental Billionaires: The Creation of Facebook”

The trajectory of Harvard students who created one of the biggest phenomena of the Internet is the subject of this book. The work shows the race between Mark Zuckerberg and Eduardo Saverin and the development of Facebook. This was the book that was the basis for the movie “The Social Network.”

“Paul Allen – The Man Behind the Myth”

Along with Bill Gates, Paul Allen was responsible for the creation and advancement of Micorsoft personal computers from the 70’s. Allen reveals details of the relationship with childhood friend Gates, leaving the company and as collaborated with several other areas of aviation and science to music and sport.

“Oprah: A Biography”

One of the richest and most influential women in the world, Oprah Winfrey is also an entrepreneur. The biographer Kitty Kelley book on this account the difficulties and dilemmas of the presenter. With a fortune estimated at $ 2.8 billion, Oprah controls publishing, television programs and other business

“Satisfaction Guarantee”

The book tells the story of Tony Hsieh of Zappos and building a billion dollar business selling shoes online. Hsieh explains his concerns from the beginning of the business and teaches entrepreneurs how a simple idea became one of the largest U.S. companies.

“Losing My Virginity”

At least two of the six books of megaempresário Richard Branson, owner of Virgin, were published in Portuguese, like “Dare to be leader” and “Losing My Virginity”. In this, Branson has his career and shows how took advantage of opportunities. Recently, the book gained a new edition in English.

“The X’s Question”

Even in the midst of controversies with their companies, Eike Batista is still one of the most admired employers by Brazilians. In this book, he recounts his career as an entrepreneur and teaches its business methodology, called Vision 360 degrees. His mistakes and stresses are also part of the story.

“The Snowball”

A biography of Warren Buffett, written by Alice Schroeder, shows the habits of thought and a major investor in the world. Born in Omaha, the book tells the investor lives in the same house and usually do the same things every day. It tells its history as an investor and also your opinion on various issues besides money.

“Abilio Diniz – Paths and Choices”

Although not exactly an autobiography, this book reveals the ways Abilio Diniz who chose to lead a better life. Besides the business, Diniz points as sports and nutrition are important to ensure a better quality of life. The work brings personal photos and testimonials from friends and family of the entrepreneur.

“The Bill Gates Style of Managing”

Des Dearlove’s book uses the story of Bill Gates to teach about management. According to the book, the entrepreneur has ten secrets revealed in the book of leadership. Among them, hire smart people, do not expect thanks and be visionary.

Posted in Empreendedorismo, Livros | Leave a Comment »

Brasil é o melhor dos mundos existentes, diz sociólogo Domenico De Masi

Posted by HWBlog em 19/03/2013

domenico di masiPara o sociólogo italiano Domenico De Masi, “o Brasil não é o melhor dos mundos possíveis, mas é o melhor dos mundos existentes”.

“Depois de copiar o modelo europeu por 450 anos e o modelo americano por 50, agora que ambos estão em crise e ainda não há um novo para substituí-lo, chegou a hora de o Brasil propor um modelo para o mundo”, diz De Masi.

De Masi desembarca no país para participar da primeira edição do “Refletir Brasil – Diálogo com a Brasilidade”, em Paraty, de 20 a 22 de março. O evento reunirá intelectuais e lideranças em mesas temáticas sobre cultura, educação, economia, criatividade e sustentabilidade.

Na obra, o autor defende a redução das jornadas de trabalho e a flexibilização do tempo livre, em um contexto mais adequado à globalização e à sociedade pós-industrial.

Desde então, tem se dedicado à análise da organização da cultura de trabalho criativo na vida contemporânea e a estudos comparativos sobre a herança de diferentes modelos de vida no mundo –do indiano, chinês ou japonês, ao muçulmano, judaico, católico ou protestante.

BRASIL

O Brasil ainda hoje é menos conhecido e valorizado do que merece. O Brasil é quase tão grande como a China, mas é uma democracia. O Brasil é quase três vezes maior que a Índia, tem quase o mesmo número de etnias e de religiões, mas vive em paz interna e em paz com os países limítrofes. O Brasil é quatro vezes maior que a zona do Euro, mas tem um único governo e fala uma única língua. O Brasil é o país onde há mais católicos, mas onde a população vive da forma mais pagã. O Brasil é o único país no mundo onde a cultura ainda mantém características de solidariedade, sensualidade, alegria e receptividade.

DESAFIOS

A força de um país não está apenas no seu crescimento econômico, mas principalmente na sua capacidade de distribuir igualmente a riqueza, o trabalho, o poder, o saber, as oportunidades e as proteções. Os desafios aqui são o analfabetismo, a violência e a desigualdade. É realizar esta redistribuição mais igualitariamente em comparação a outros países e manter a melhor relação entre economia e felicidade.

ITÁLIA

A Itália, depois de ter durante dois mil anos elaborado, praticado e oferecido um modelo clássico, renascentista, barroco, agora está cansada e não consegue projetar o futuro. A decadência é autodestrutiva. Depois de ter tentado se suicidar com Mussolini, agora a Itália vivencia um suicídio cômico com Berlusconi e Grillo.

EUROPA

Não acredito de modo nenhum que a Europa –e principalmente o pensamento europeu– tenham perdido importância no cenário intelectual e, muito menos, econômico. A zona do Euro tem uma renda média per capita de US$ 36.600 [o Brasil é de US$ 10.700]. Na Europa há os países escandinavos com os melhores “welfare” [bem-estar social] do mundo; tem Luxemburgo, Suíça e Alemanha, com os maiores PIBs per capita; a Itália e a Alemanha com maior esperança média de vida.

A Europa é o continente mais escolarizado e com melhores pesquisas científicas. A zona do euro está em primeiro lugar no comércio internacional, no rendimento de serviços, nas reservas auríferas e financeiras, tem um quarto de todo o comércio internacional.

Dos dez países no mundo com o índice mais alto de democracia, sete são europeus; daqueles com maior criatividade econômica, cinco são europeus; com o mais alto índice de capacidade tecnológica, oito são europeus; com mais turistas estrangeiros, cinco são europeus; com a maior extensão de banda larga, sete são europeus; com os museus mais frequentados, seis são europeus.

Na Europa cada país tem seu clima, seu modelo de vida, sua cultura. Mas a moeda é única, os cidadãos e as mercadorias podem viajar livremente de um país ao outro. Tudo justifica a hipótese de que em 2020 a Europa dos 27 será o maior bloco econômico do mundo, com a melhor qualidade de vida.

FUTURO

Daqui a dez anos a população mundial será um bilhão maior do que a de hoje. Um cidadão em cada três terá mais de 60 anos. Informática, engenharia genética e nanotecnologias serão os setores tecnológicos mais importantes. Poderemos levar no bolso todas as músicas, os filmes, os livros, a arte e a cultura do mundo. O PIB per capita no mundo será de US$ 15.000 –contra os atuais US$ 8.000.

Tele-aprenderemos, tele-trabalharemos, tele-amaremos e tele-divertiremo-nos. O trabalho ocupará apenas um décimo de toda a vida dos trabalhadores. As mulheres estarão no centro do sistema social. O mundo será mais rico, mas continuará desigual. A estética dos objetos e a cortesia nos serviços interessarão mais do que sua evidente perfeição técnica. A homologação global prevalecerá sobre a identidade local.

EXEMPLOS

Há iniciativas empresariais e governamentais atuais na América Latina que considero exemplares e dialogam com o futuro. Como o projeto Abreu na Venezuela (de educação e formação musical da população), as escolas primárias para crianças pobres em Foz de Iguaçu e a Escola Bolshoi de dança em Joinville.

TEORIA…

Hoje, a força de trabalho é composta apenas por um terço de operários, outro terço de trabalhadores intelectuais em funções executivas (bancário, recepcionista etc.) e um último terço de funcionários com atividades criativas (jornalista, profissional liberal, cientista etc.).

Se o trabalho for repetitivo, cansativo, chato, de subordinação, reduz-se a uma escravidão, a uma tortura, a um castigo bíblico. Nesse caso, a única defesa consiste em trabalhar o menos possível, pelo menor número de anos possível.

Mas se, em vez disso, for uma atividade intelectual e criativa –que corresponde à nossa vocação e ao nosso profissionalismo–, então ocupa toda nossa inteligência e satisfaz nossas necessidades de auto-realização. Nesse caso confunde-se o trabalho com o estudo e com o lazer, transformando o trabalho em ócio criativo.

Na vida pós-industrial, organizada para produzir principalmente ideias, não existe trabalho e não existe horário. Existe apenas ócio criativo, que dura 24 horas, mesmo quando se dorme e se produz ideias sonhando.

…E PRÁTICA

As empresas ainda não se deram conta deste novo momento global. A oferta de trabalho diminui e a procura por trabalho cresce, mas as empresas não reduzem a carga horária. Poderíamos trabalhar todos e pouco, mas alguns trabalham dez horas por dia enquanto seus filhos estão desempregados.

As tecnologias da informação possibilitam o tele-trabalho, mas todos continuam a trabalhar nas empresas. A produção de ideias precisa de autonomia e de liberdade, mas as empresas tornam-se cada vez mais burocráticas. As distâncias culturais entre os chefes e os funcionários diminuem, mas as das faixas salariais aumentam. As empresas pregam colaboração, mas estimulam competitividade.

– Domenico De Masi, sociólogo

Brazil is the best of all worlds exist, says sociologist Domenico De Masi

For the Italian sociologist Domenico De Masi, “Brazil is not the best of all possible worlds, but it is the best of all worlds exist.”

“After copying the European model for 450 years and for 50 U.S. model, now that both are in crisis and there is no new one to replace it, it’s time for Brazil to propose a model for the world,” says De Masi .

De Masi arrives in the country to participate in the first edition of “Reflect Brazil – Dialogue with the Brazilianness” in Paraty, 20-22 March. The event will bring together intellectuals and leaders in thematic tables on culture, education, economy, creativity and sustainability.

In the book, the author advocates the reduction of working hours and flexibility of free time in a more appropriate context of globalization and post-industrial society.

Since then it has been dedicated to the analysis of the organization’s culture of creative work in contemporary life and comparative studies on the inheritance of different models of life in the world – Indian, Chinese or Japanese, the Muslim, Jewish, Catholic or Protestant.

BRAZIL

The Brazil today is less known and appreciated than it deserves. Brazil is almost as large as China, but it is a democracy. Brazil is almost three times larger than India, has almost the same number of ethnicities and religions, but live in peace within and peace with neighboring countries. Brazil is four times higher than the Eurozone, but has only one government and speak one language. Brazil is the country with the most Catholics, but where the population lives in the most pagan. Brazil is the only country in the world where culture still retains characteristics of solidarity, sensuality, joy and openness.

CHALLENGES

The strength of a nation lies not only in its economic growth, but mainly in its ability to evenly distribute the wealth, work, power, knowledge, opportunities and protections. The challenges here are illiteracy, violence and inequality. You accomplish this redistribution more equally compared to other countries and maintain the best relationship between economics and happiness.

ITALY

Italy, after two thousand years developed, practiced and offered a classic, renaissance, baroque, is now tired and can not project the future. The decay is self-destructive. Having attempted suicide with Mussolini, Italy now experiences a suicide comic with Berlusconi and Grillo.

EUROPA

I do not believe in any way that Europe – and especially European thought – have lost importance in the intellectual scene and much less economical. The Euro zone has an average per capita income of U.S. $ 36,600 [Brazil is U.S. $ 10,700]. In Europe there are the Scandinavian countries with the best “welfare” [welfare] of the world, has Luxembourg, Switzerland and Germany, with the highest per capita GDPs, Italy and Germany with a higher life expectancy.

Europe is the continent most educated and best scientific research. The eurozone is in first place in international trade in services revenue, reserves and financial auriferous, has a quarter of all international trade.

Of the ten countries in the world with the highest index of democracy, seven are European; those with greater economic creativity, five are European, with the highest rate of technological capacity, eight are European, with more foreign tourists, five are European, with the greatest extent of broadband, seven are European, with the most frequented museums, six are European.

In Europe each country has its climate, its way of life, their culture. But the single currency is, citizens and goods can travel freely from one country to another. Everything justifies the assumption that in 2020 the EU-27 will be the largest economic bloc in the world, with the best quality of life.

FUTURE

In ten years the world’s population will be a billion greater than today. A citizen of every three will have more than 60 years. Computing, genetic engineering and nanotechnology will be the most important technological sectors. We carry in your pocket all the music, movies, books, art and culture of the world. The GDP per capita in the world is $ 15,000 – compared to the current $ 8,000.

Tele-learn, tele-work, tele-and tele-divertiremo will love us. The work will occupy only one-tenth of all workers’ lives. Women are at the center of the social system. The world will be richer, but still uneven. The aesthetics of the objects and complimentary services will interest more than its obvious technical perfection. The overall approval supersedes the local identity.

EXAMPLES

There are business and government initiatives in Latin America today who consider exemplary and dialogue with the future. As the project Abreu in Venezuela (musical education and training of the population), primary schools for poor children in Foz do Iguaçu and the Bolshoi School of Dance in Joinville.

THEORY …

Today’s workforce is composed of only one third of workers, another third of knowledge workers in executive functions (banking, receptionist etc.) And a last third of employees with creative activities (journalist, professional, scientist etc..).

If the work is repetitive, boring, boring, subordination, reduces to a slavery, to torture, to a biblical punishment. In this case, the only protection is to work as little as possible at the lowest possible number of years.

But if, instead, is an intellectual and creative activity – which corresponds to our vocation and our professionalism – then occupies all our intelligence and fulfills our needs for self-actualization. In this case the work is confused with study and leisure, transforming work in creative leisure.

In life post-industrial, organized mainly to produce ideas, there is no work and there is no time. There is only creative leisure, which lasts 24 hours, even when sleeping and dreaming occurs ideas.

PRACTICE AND …

The companies have not yet realized this new global moment. The labor supply decreases and demand for labor grows, but firms do not reduce the workload. We could all work and little, but some work ten hours a day while their children are unemployed.

Information technologies enable teleworking, but all continue to work in companies. The production of accurate ideas of autonomy and freedom, but companies become increasingly bureaucratic. The cultural distance between bosses and employees decrease, but increase the salary ranges. Companies preach collaboration, but stimulate competitiveness.

Posted in Artigos | Leave a Comment »

Será que você é um workaholic?

Posted by HWBlog em 13/03/2013

workaholic 02Entenda quando a dedicação se torna excesso e você passa a ser um escravo do trabalho

Você já assistiu ao filme Clube da Luta (Fight Club, 1999)? Se a resposta for afirmativa, então você conheceu um caso clássico de um workaholic: Tyler Durden é um funcionário de uma empresa de seguros, sem família, namorada ou vida social, que passa a maior parte do tempo em aviões, não dorme e procura preencher a falta de significado da vida com objetos de decoração. Uma bomba que, a certa altura, explode da pior maneira e de modo que cause os maiores estragos possíveis.

Apesar de ser um personagem de ficção, Tyler simboliza uma manifestação indesejada, um apêndice, um efeito colateral do estilo de vida capitalista. Essa manifestação corresponde aos viciados em trabalho, pessoas que procuram no emprego o que não encontram no campo afetivo, espiritual e social.

Workaholic

O termo foi citado pela primeira vez no começo da década de 70, pelo psicólogo americano Wayne Oates, no livro “Confessions of a Workaholic”. A palavra é derivativa da junção work (trabalho) + alcoholic (alcoólatra). Segundo o professor e coordenador do Laboratório de Pesquisa do Trabalho da UNB, Wanderley Codo, foi a partir da vivência clínica de pessoas com características e sintomas semelhantes a viciados que foi elaborado o conceito.

Sintomas e diagnóstico

Não é difícil identificar um workaholic, mas apenas o fato de passar muitas horas além do necessário trabalhando, bem como nos fins de semana, não representa, por si só, um diagnóstico do vício. No entanto quando essas horas a mais são, na verdade, uma maneira de fugir da vida social, dos conflitos familiares, conjugais ou de outros aspectos cotidianos, é bom ficar alerta: você pode ter problemas maiores do que aparenta e, acredite, não vai querer conviver com eles.

Os sintomas físicos costumam ser bem semelhantes ao de Tyler. “Eu ficava extremamente cansado, só pensava em trabalhar, tinha dificuldades para dormir. Ficava doente constantemente, comecei a ter uma gastrite, que evoluiu para úlcera e depois um pequeno tumor no tubo digestivo”, lembra Christian Barbosa, CEO da consultoria Triad e ex-workaholic.

Embora o mais indicado para a maioria dos viciados em trabalho seja uma ajuda médica, alguns profissionais conseguem encontrar a resposta quando reconhecem o próprio problema. No caso de Christian Barbosa, a melhor forma de lidar com o vício foi aprender a gerir o próprio tempo. Se deu certo? O fato de ele ter se tornado um dos maiores especialistas em gestão do tempo do Brasil dá por si só a resposta.

“Eu fui um workaholic dos piores tipos dos 16 aos 20 anos de idade. Procurei ajuda na gestão de tempo; comecei a me organizar melhor, priorizar outras coisas, adicionar tempo para mim mesmo na agenda. Foi um processo que demorou 4 meses para conseguir parar de trabalhar aos domingos e um total de 10 meses para ter mais vida”, reconhece Christian.

Entretanto, Wanderley Codo garante que um auxílio especializado é essencial tanto para diagnosticar o vício quanto para tratá-lo. “Para detectar o vício é necessário um diagnóstico simples que deve ser feito por um profissional especializado, porque o que vai se estudar é o grau e tipo de relação que ele tem com o trabalho e com a vida. O paciente pode perfeitamente trabalhar muitas horas e ter uma relação perfeita com o trabalho e com os demais aspectos da vida”, explica.

Worklovers

Se você gosta e já está acostumado a trabalhar 12 horas por dia, e até alguns fins de semana, não precisa ficar alarmado: você não é, necessariamente, um workaholic. As pesquisas coordenadas pelo professor Wanderley Codo identificaram outro tipo de profissional que, embora tenham essa característica de um viciado, não permitem que isso interfira nos demais aspectos da vida nem se utilizam do trabalho como um meio para figir dos problemas. Tais profissionais foram denominados worklovers, pessoas que amam o próprio trabalho e desenvolvem uma relação perfeitamente salutar com ele.

Carol Azevedo, diretora de Criação da agência de publicidade Bloom, acredita que seu perfil se encaixa nessa categoria. Apesar de trabalhar, em média, 10 horas por dia entre dois escritórios da agência, ela afirma que é apaixonada pelo que faz e que isso é feito de forma equilibrada e sem pesar na sua vida social, pessoal e afetiva. “Eu me considero uma worklover de carteirinha! Sou apaixonada pelo que faço e procuro profissionais com a mesma característica para a minha equipe. É essa paixão que traz qualidade e a constante busca pelo aprimoramento. Gosto de criar, de estar envolvida com as pessoas, à frente de desafios e projetos”, afirma a diretora.

Vício ou status?

Muita gente gosta do trabalho, sente prazer no que faz e passa algumas horinhas a mais no escritório, abrindo mão de fazer coisas mais interessantes, como sair com o parceiro, assistir um filme ou ler um livro, por exemplo. No entanto, criou-se uma balbúrdia, a partir dos anos 90, de que gostar de trabalhar seria um sintoma de vício, já que para muita gente trabalhar é um esforço necessário apenas para ganhar dinheiro, e não uma fonte de deleite.

Incorporando essa cultura, jovens profissionais se intitulam workaholics como uma forma de manter uma fama entre os colegas de um trabalhador esforçado, que abre mão de tudo para conseguir os resultados necessários. Porém há uma diferença abissal entre gostar de trabalhar e ser um viciado em trabalho, o que abrange sintomas físicos e psicossociais graves. Um workaholic busca, através do trabalho, criar um ‘mundo particular’ para escapar dos problemas reais, não um status quo.

Are you a workaholic?

Understand when dedication becomes excess and you become a slave labor

Have you ever watched the movie Fight Club (Fight Club, 1999)? If the answer is yes, then you experienced a classic case of a workaholic: Tyler Durden is an employee of an insurance company, without family or social life girlfriend, who spends most of time on airplanes, not sleeping and tries to fill the meaninglessness of life with decorative objects. A pump that at some point, explodes in the worst way and so cause the most damage possible.

Though a fictional character, Tyler symbolizes a manifestation unwanted, an appendage, a side effect of the capitalist lifestyle. This event corresponds to workaholics, people seeking employment in the field that are not emotional, spiritual and social.

Workaholic

The term was first cited in the early 70’s, the American psychologist Wayne Oates, in the book “Confessions of a Workaholic.” The word is derivative of the joint work (work) + alcoholic (alcoholic). According to the professor and coordinator of the Research Laboratory of Labour UNB, Wanderley Codo was from the experience of people with clinical characteristics and symptoms similar to addicts that the concept was developed.

Symptoms and Diagnosis

It is not difficult to identify a workaholic, but just the fact spend many hours working than necessary, as well as on weekends does not, by itself, a diagnosis of addiction. However when these extra hours are actually a way to escape the social life, family conflicts, marital or other aspects of daily life, it is good to be warned: you may have bigger problems than meets the eye, and believe me, it will not want to live with them.

Physical symptoms are often very similar to the Tyler. “I was extremely tired, thought only of work, had trouble sleeping. Was sick constantly, I started having gastritis, ulcer and that evolved into after a small tumor in the gut, “says Christian Barbosa, CEO of Triad Consulting and former workaholic.

Although the most suitable for most workaholics is a medical help, some professionals can find the answer when they recognize the problem itself. In the case of Christian Barbosa, the best way to deal with addiction is learning to manage your own time. If it worked? The fact that he has become a leading expert in time management in Brazil alone gives the answer.

“I was a workaholic of the worst types from 16 to 20 years of age. Sought help in time management, I began to better organize, prioritize other things, add time to myself on the agenda. It was a process that took 4 months to stop working on Sundays and a total of 10 months to have more life, “admits Christian.

However, Wanderley Codo ensures that aid specialist is essential for diagnosing the addiction and to treat it. “To detect addiction requires a simple diagnosis that should be done by a specialist, because that will be studied is the degree and type of relationship he has with work and with life. The patient can perfectly work long hours and have a perfect relationship with work and other aspects of life, “he explains.

Worklovers

If you already like and are accustomed to working 12 hours a day, and even some weekends, do not be alarmed: you is not necessarily a workaholic. The research coordinated by Professor Wanderley Codo identified another type of professional that although this characteristic of an addict, do not allow that to interfere in other aspects of life nor use the work as a means to figir problems. These professionals were named worklovers, people who love their work and develop a perfectly healthy relationship with him.

Carol Azevedo, creative director of advertising agency Bloom believes his profile fits that category. Despite working on average 10 hours per day between two offices of the agency, she said that is passionate about what you do and this is done in a balanced way and without regret in their social, personal and emotional. “I consider myself a card-carrying worklover! I am passionate about what I do and seek professionals with the same feature for my team. It is this passion that brings quality and constant search for improvement. I love to create, to be involved with people, ahead of challenges and projects, “says the director.

Addiction or status?

Many people like the work, takes pleasure in making and passing some more horinhas the office, forgoing do more interesting things, like going out with your partner, watch a movie or read a book, for example. However, it created a shambles, from the 90s, that would be like working a symptom of addiction, since for many people work is an effort just to make money, not a source of delight.

Incorporating this culture, young professionals call themselves workaholics as a way to maintain a reputation among colleagues a hard worker who gives up everything to achieve the necessary results. But there is a vast difference between enjoying working and being a workaholic, which covers physical symptoms and psychosocial serious. A workaholic search through work, create a ‘private world’ to escape from the real problems, not a status quo.

Posted in Carreira | Leave a Comment »

Roube essa ideia

Posted by HWBlog em 11/03/2013

Roube esta ideiaO Oscar de melhor diretor para o filme “A Vida de Pi” me fez pensar em um velho tema quando falamos de inovação. Aparentemente, o autor do livro em que o filme é baseado roubou a ideia do escritor brasileiro Moacyr Scliar. Após uma resposta mal educada dizendo que sequer tinha lido o autor e referindo-se ao brasileiro como um “escritor menor”, Yann Martel, autor de A Vida de Pi fez um agradinho citando o brasileiro no prefácio de seu livro.

O filme continua sendo um trabalho fantástico. Uma boa história nas mãos de um brilhante diretor. A discussão sobre a cópia do texto, apesar de mexer com nossos brios nacionalistas, diminui o autor pela sua reação, mas não diminui a obra.

Um velho ditado diz que se eu tenho uma maçã e te dou a maçã, você sai andando com uma maçã e eu fico sem nada. Se você tem uma ideia e a “dá” para mim, nós dois saímos com uma ideia

Acusações de roubo de ideias são tão antigas quanto a história das ideias em si. Há brigas famosas, como a de Isac Newton com Leibniz sobre quem teria inventado o cálculo. Outras mais próximas de nós, como a eterna ofensa dos brasileiros quando lembram que em outros lugares do mundo Santos Dummont não é considerado o “pai” da aviação.

No mundo acadêmico, a preocupação com cópias (os chamados plágios) virou algo quase que obrigatória, com instituições investindo em sistemas e treinamentos de professores para pegar alunos “roubando” conteúdo da Internet.

E então eu lembro do velho ditado que diz que se eu tenho uma maçã e te dou a maçã, você sai andando com uma maçã e eu fico sem nada. Se você tem uma ideia e “dá” ela para mim, nós dois saímos com uma ideia.

Talvez, ao invés de perguntar se Scliar foi realmente plagiado em “As Aventuras de Pi”, seja melhor perguntar por que, em um país tão grande e populoso, tão poucos autores atingem público internacional suficiente para serem copiados. Por que, se Santos Dummont é o pai da aviação, menos de um século depois eram os Russos e Norte Americanos que se lançavam à corrida espacial lançando satélites e colocando pessoas na Lua. Perguntar não se Newton ou Leibniz inventaram o cálculo, mas como ao longo da história algumas pessoas parecem ser altamente produtivas, enquanto a maioria de nós desaparece sem merecer uma nota de rodapé nos livros de história? Leibniz, afinal, era um grande matemático sem precisar inventar o cálculo. Newton, além de ser considerado um dos maiores cientistas que o mundo já viu, chegou à conclusão que a melhor forma de evitar a falsificação de moedas era gravar riscos em suas laterais – inovação que pessoas do mundo inteiro ainda carregam no bolso em suas moedas.

No mundo acadêmico, perguntar não “se” o aluno copiou a resposta, mas que educação é essa em que as respostas podem ser encontradas na Internet? Pior, que sistema é esse que espera que alunos memorizem fatos que hoje estão livremente disponíveis, ao invés de aprender a buscar e utilizar conhecimento, aprendendo a identificar o que é relevante e o que não é, e o valor de citar suas fontes, não para provar que leu ou homenagear outros autores, mas como forma de mostrar ao leitor de onde veio o raciocínio apresentado?

A verdade é que toda ideia, toda inovação precisa vir de algum lugar. Existe uma imagem de que grandes ideias nascem na cabeça de alguns “gênios” como se uma lâmpada acendesse. É uma imagem completamente errada. Toda grande ideia foi inspirada por outra ideia. A história da humanidade é baseada em melhorias, pessoas aprendendo algo, tomando ideias emprestadas e propondo suas próprias versões de algo que outros já criaram.

Uma história famosa, daquelas que só o mundo real é capaz de produzir, merece ser contada: Steve Jobs, tendo lançado pela Apple o primeiro computador estilo “desktop” (com gráficos, como hoje é natural), confrontou Bill Gates, fundador da Microsoft por ele estar copiando a ideia para o Windows. Bill Gates deu uma resposta que ficou famosa: “Me parece Steve, que nós dois tínhamos um vizinho rico chamado Xerox, e eu entrei na casa dele para roubar a televisão, mas você já a tinha roubado.”

Quem inventou a metáfora de “mesa de trabalho” para computadores não foi a Apple nem a Microsoft. Foi a Xerox, que por sua vez copiou o modo como as pessoas organizavam suas mesas no escritório antes do computador ser inventado.

Lembre-se, caro leitor: ideias não são televisões. A ironia é que quanto mais compartilhada é uma ideia, mais valor ela toma ao longo do tempo. Imagine onde estaríamos se os monitores com gráficos estivessem até hoje escondidos em algum porão na Xerox como estavam quando Steve e Bill passaram por lá?

Se você mostrou uma grande ideia para o mundo, é justo que seja reconhecido por ela. Se sua empresa lançou um grande produto ou serviço, é justo que ganhe dinheiro. Autores, músicos, artistas e empresas devem sim receber pelas suas inovações. Uma vez que você comprou um livro, deu ao autor o retorno que ele espera pelo trabalho, as ideias ali passam a também ser suas. E você pode usá-las como e quando quiser.

Então, por favor, roube essa ideia.

– Fábio Zugman, consultor de empresas

Steal this idea

An old adage says that if I have an apple and give you the apple, you walks away with an apple and I get nothing. If you have an idea and “gives” to me, we both came out with an idea

The Oscar for best director for the film “The Life of Pi” made me think of an old theme when it comes to innovation. Apparently, the author of the book on which the film is based on the idea stole the Brazilian writer Moacyr Scliar. After a rude response saying that even the author had read and referring to the Brazilian as a “minor writer,” Yann Martel, author of Life of Pi made a agradinho citing the Brazilian in the preface to his book.

The film remains a fantastic job. A good story in the hands of a brilliant director. The discussion on the copy of the text, despite tinkering with our mettle nationalists, lessens the author for his reaction, but does not diminish the work.

An old adage says that if I have an apple and give you the apple, you walks away with an apple and I get nothing. If you have an idea and “gives” to me, we both came out with an idea

Accusations of theft ideas are as old as the history of ideas itself. There are famous fights, like Isaac Newton with Leibniz over who had invented the calculus. Other closest to us, as the eternal offense of Brazilians remember that when elsewhere in the world not Santos Dumont is considered the “father” of aviation.

In academia, the concern with copies (called plagiarism) has become something almost mandatory, with institutions investing in systems and training of teachers to catch students “stealing” content from the Internet.

And then I remember the old saying that if I have an apple and give you the apple, you walks away with an apple and I get nothing. If you have an idea and “give” it to me, we both came out with an idea.

Perhaps, instead of asking whether Scliar was actually plagiarized from “The Adventures of Pi”, is better to ask why, in a country as large and populous as few authors achieve international audience enough to be copied. Why, if Santos Dumont is the father of aviation, less than a century later were the Russians and North Americans who launched the space race by launching satellites and putting people on the moon Ask not whether Newton or Leibniz invented calculus, but as the Throughout history some people seem to be highly productive, while most of us disappears without merit a footnote in the history books? Leibniz, after all, was a great mathematician without inventing calculus. Newton, in addition to being considered one of the greatest scientists the world has ever seen, came to the conclusion that the best way to avoid counterfeit coin was writing risks in their side – innovation that people around the world still carry coins in their pocket.

In the academic world, ask not “if” the student copied the answer, but that education is one in which the answers can be found on the Internet? Worse, it is this system that expects students to memorize facts that are now freely available, rather than learn to seek and use knowledge, learning to identify what is relevant and what is not, and the value of citing their sources, not to prove you read or honor others, but as a way to show the reader where did the reasoning presented?

The truth is that every idea, every innovation has to come from somewhere. There is a picture of that great ideas are born in the head of some “geniuses” like a lamp ignited. It is a completely wrong picture. Every great idea was inspired by another idea. The history of mankind is based on improvements, people learning something, taking borrowed ideas and proposing their own version of something that others have created.

A famous story, the kind that only the real world is capable of producing, deserves to be told: Steve Jobs, Apple has launched the first computer style “desktop” (with graphics, as today is natural), confronted Bill Gates, founder of Microsoft that he was copying the idea for Windows. Bill Gates gave a response that became famous: “It seems Steve, we both had a rich neighbor named Xerox and I walked into his house to steal the TV, but you had already stolen.”

Who invented the metaphor of “desktop” computer was not Apple or Microsoft. It was Xerox, which in turn copied the way people organized their desks in the office before the computer was invented.

Remember, dear reader: ideas are not flat. The irony is that the more an idea is shared, it takes more value over time. Imagine where we would be if the monitors with graphics were so far hidden in some basement at Xerox as they were when Steve and Bill went through there?

If you showed a great idea for the world’s fair to be recognized for it. If your company has launched a great product or service, it is fair to earn money. Authors, musicians, artists and companies should rather receive for their innovations. Once you’ve bought a book, gave the author the return he expects the work, the ideas are there to be yours too. And you can use them as and when you want.

So please steal this idea.

Posted in Artigos | Leave a Comment »