O economista Eduardo Giannetti tem estudado e nos mostrado com muita clareza a relação do homem com o dinheiro.
Na sua obra “O Livro das Citações” um capítulo inteiro é dedicado ao que, historicamente, se faz para saciar a “fome do ouro”.
Grandes nomes ali reunidos dizem, em linhas gerais, que quanto mais se tem mais se quer (Sólon), que o dinheiro deturpa os justos (Sófocles), que os homens seguem sempre o mais rico (Lucrécio), que é preciso ganhar honestamente, se possível, ou de qualquer jeito (Horácio), que a riqueza é melhor que a reputação (Juvenal) e melhor que a moral (Samuel Johnson), que até a honestidade é usada para lucrar mais (Baudelaire), que o desejo de acumular é natural e não produto do capitalismo (Weber) e, por fim, que nossa inteligência é medida por quanto ganhamos (Russell).
O mundo mudou muito desde que esses homens morreram, há muitos séculos ou décadas.
Pode-se argumentar que eram tempos menos civilizados e que hoje somos mais conscientes, como provam inúmeros programas de responsabilidade social, ambiental, fiscal de governança corporativa e outros.
Por certo, são grandes avanços, mas a atual crise veio mostrar que ainda havia algo debaixo do tapete.
Esta crise eclodiu por todos os motivos citados acima pelos sábios do passado.
A visão e os meios de expansão patrimonial se sofisticaram, mas não tão rapidamente quanto a tecnologia.
Diante da vergonha de quem aparecia como ícone de eficiência, os apocalípticos bradam que surgirá um novo capitalismo e que todo discurso ético dos últimos anos era mera conversa fiada.
Muita calma nesta hora!
É a descrença total que dá espaços para os fundamentalistas radicais.
Ninguém é tolo de negar que a liberdade e a prosperidade econômica resultem em benefícios para a sociedade, embora ainda mantenham a desigualdade.
O que está em discussão é a forma de prosperar.
Portanto, estamos falando de um novo modelo de liderança.
Sairá de cena, por uma necessidade de sobrevivência das empresas, o líder meramente “orientado a resultados”. Aquele para o qual o termo “sustentabilidade” começou como plantio de árvores e hoje são novos negócios para perpetuar o lucro.
Aquele que ainda não entendeu que resultados de curto prazo alcançados com respeito (em todas as instâncias) geram melhores resultados em longo prazo.
Não há meios de simular o respeito.
Um código de conduta pode ser cumprido apenas por medo da punição.
Estará a humanidade preparada para prosperar com liberdade?
O novo líder emana respeito. As pessoas à sua volta conhecem a sua integridade, uma palavra que significa ser inteiramente coerente.
Seus valores são expressos nas suas ações. E se tornam os valores de uma organização.
Se as pessoas aceitam esses valores, que não precisam ser escritos nem falados, terão orgulho de incorporar a sua causa.
Existem líderes assim?
Sim e cada mais as empresas buscarão executivos que, ao respeitar pessoas, leis e ambiente, sabem produzir resultados de curto e long prazos, separando o joio do trigo nas oportunidades de ganhos que se apresentam.
Líderes éticos e responsáveis não deveriam ser algo novo nas empresas.
Há mais de 30 anos, Robert Greenleaf já apontava essa necessidade no livro “Servant Leadership” (Liderança Servidora), que se tornou um conceito bastante difundido, mas de difícil aplicação. Isso porque servir, entender e respeitar são valores que não se adquirem em treinamentos.
A crise é ótima para os acionistas, conselheiros e executivos coloquem em prática também nos negócios os valores que admirávamos em nossos pais e avós e que nos formaram o caráter.
Não é possível mais separar o mundo particular do mundo corporativo.
Fazer isso é seguir quebrando a nossa integridade.
Leaves off the leader merely “results oriented”.
The economist Eduardo Giannetti has studied and shown us very clearly the relationship of man with the money. In his work “The Book of Quotes” is an entire chapter devoted to that, historically, is made to satisfy the “hunger for gold.” Big names gathered here say, in general, that the more you have more you want (Solon), that money corrupts the righteous (Sophocles), that men always follow the richest (Lucretius), what it takes to win honestly, if possible, or in any way (Horace), that wealth is better than the reputation (Juvenal) and better morale (Samuel Johnson), that even honesty is used to earn more (Baudelaire), the desire to accumulate is natural and not a product of capitalism (Weber) and, finally, which is measured by our understanding gained as (Russell).The world has changed a lot since these men died, many centuries or decades. It can be argued that they were less civilized times and today we are more aware, as evidenced by numerous social responsibility programs, environmental, tax and other corporate governance. By the way, are major advances, but the current crisis has shown that there was something under the carpet. This crisis broke out for all the reasons mentioned above by the sages of the past. The vision and the means of expanding assets become more sophisticated, but not as fast as the technology. Faced with the embarrassment of those who appeared as an icon of efficiency, the apocalyptic cry that a new capitalism will emerge and that all ethical discourse of recent years was mere talk. Very quiet at this hour! It’s total disbelief that gives space for radical fundamentalists. No one is foolish to deny that freedom and economic prosperity will result in benefits to society, while still maintaining the inequality. What is at issue is how to prosper. So we are talking about a new leadership model. Leave the scene, a necessity for survival of companies, the leader merely “results oriented”. He to whom the term “sustainability” began as planting trees and new business today are to perpetuate the profit. That still did not understand that short-term results achieved with respect (in all instances) generate better long-term results. There is no way to simulate it. A code of conduct may be exercised only by fear of punishment. Is humanity ready to thrive with freedom? The new leader emanates respect. People around you know his integrity, a word that means to be entirely consistent. Their values are expressed in their actions. And they become the values of an organization. If people accept these values, which need not be written or spoken, will be proud to incorporate its cause. There are leaders as well? Yes, and companies increasingly seek executives who, by respecting people, and environmental laws, know how to produce results of short and long term, separating the wheat from the chaff in the profit opportunities that arise. Ethical and responsible leaders should not be something new in business. For over 30 years, Robert Greenleaf already pointed out this need in the book “Servant Leadership” (Servant Leadership), a concept that has become widespread, but difficult to implement. This is because to serve, understand and respect are values that are not acquired in training. The crisis is good for shareholders, directors and executives put in place also in the business values we admired in our parents and grandparents and we formed the character. You can`t separate the more private world of the corporate world. Doing so is breaking below our integrity.